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O Ministério Público do Estado de São Paulo, através da Promotoria
de Justiça de Rio Claro, instaurou um procedimento preparatório de inquérito
civil no dia 22 de maio para investigar uma série de denúncias que apontam para
um “colapso” na infraestrutura e abastecimento das escolas municipais. As
reclamações incluem a falta de merenda escolar, a ausência de materiais básicos
de higiene e limpeza, a escassez de insumos de papelaria e deficiências
estruturais nas unidades de ensino.
O documento, assinado eletronicamente pela promotora Alessandra Galluzzi David, destaca que há indícios de graves irregularidades que comprometem a qualidade do ensino e o bem-estar dos estudantes. A investigação foi aberta com base no artigo 227 da Constituição Federal, que garante prioridade absoluta aos direitos de crianças e adolescentes, e nos artigos 53 e 201, inciso V, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Detalhes da investigação
O procedimento, de número 0409.0000941/2024, visa apurar a fundo
as denúncias, que abrangem:
- Falta de
insumos alimentícios (merenda escolar);
- Ausência de
materiais de limpeza e higiene;
- Falta de
materiais de escritório e papelaria;
- Irregularidades
estruturais nos prédios escolares;
- Riscos à qualidade do ensino e ao bem-estar dos estudantes.
Medidas adotadas pelo Ministério Público
Para elucidar os fatos, o Ministério Público determinou:
- A notificação
de todas as escolas da rede municipal para que apresentem relatórios
detalhados sobre as deficiências encontradas.
- O apensamento
de outras seis denúncias anteriores relacionadas ao mesmo tema.
- O oficiamento
da Prefeitura Municipal de Rio Claro para que preste esclarecimentos e
apresente um plano de solução para as irregularidades.
O procedimento poderá evoluir para um inquérito civil e, se comprovadas omissões ou irregularidades sistêmicas, resultar na propositura de uma ação civil pública.
Posicionamento da Prefeitura
Em resposta às denúncias, a Prefeitura de Rio Claro, por meio da
Secretaria de Educação, afirmou que a situação envolvendo a falta de insumos
básicos, como papel higiênico, será normalizada nos próximos dias. Segundo a
prefeitura, um novo processo de compra foi estabelecido através de adesão a uma
ata de licitação, e o abastecimento adequado deve ser retomado na próxima
semana.
A Secretaria de Educação também agradeceu a colaboração de profissionais de ensino, familiares e toda a comunidade escolar "que tem sido muito importante neste momento". No entanto, o município agora terá que apresentar formalmente ao Ministério Público "esclarecimentos acerca dos fatos, incluindo, principalmente, uma forma de solucionar as irregularidades". A 8ª Promotoria de Justiça é responsável por investigar casos relacionados à infância e juventude, abrangendo crianças e adolescentes em situação de risco, atos infracionais e interesses difusos.
Publicado por Danilo Telles / TV Metropolitana