Foto: Divulgação
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2/6uma redução de 5,6% no preço de venda da gasolina A para as distribuidoras, que entrará em vigor a partir desta terça-feira (3/6). O valor médio por litro passará de R$ 3,02 para R$ 2,85, uma diminuição de R$ 0,17. A medida representa o maior corte no valor do combustível desde dezembro de 2022 e pode trazer um alívio direto para o bolso do consumidor e impactos positivos na inflação.
Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro na gasolina C vendida nos postos, a parcela da Petrobras no preço final ao consumidor cairá R$ 0,12 por litro, totalizando R$ 2,08/litro. Desde dezembro de 2022, a estatal já acumulou uma redução de R$ 0,22/litro (7,3%no preço da gasolina para as distribuidoras. Quando ajustado pela inflação do período, a queda real atinge R$ 0,60/litro, uma significativa redução de 17,5%.
Impacto na Inflação e Política de Preços
Especialistas preveem que a diminuição no preço da gasolina terá um efeito cascata positivo sobre a inflação. A consultoria Warren Investimentos estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAde junho pode ter uma queda entre 8 e 10 pontos-base, o que revisaria a projeção anual de 5,3% para 5,2%. Essa redução é um indicativo do peso dos combustíveis na composição dos índices inflacionários brasileiros.
Contexto da Formação de Preços
O preço final dos combustíveis nas bombas é composto por diversos fatores além do valor de venda da Petrobras. Entre eles, destacam-se o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de caráter estadual, impostos federais, as margens de lucro da própria Petrobras e os custos de distribuição e revenda.
A política de preços da Petrobras passou por significativas mudanças nos últimos anos. No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a estatal seguia a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), implementada em 2016, que vinculava os reajustes à variação do dólar e aos preços do mercado internacional. Já na atual gestão do presidente Lula, o PPI foi extinto, e os reajustes passaram a ser realizados sem periodicidade definida, visando proteger os preços internos da volatilidade cambial e das cotações internacionais.
Adicionalmente, em ano eleitoral, o governo Bolsonaro limitou o ICMS sobre combustíveis. No ano seguinte, a gestão Lula assinou um acordo de compensação aos estados pelas perdas de arrecadação resultantes dessa medida.
A expectativa agora se volta para como essa redução será repassada integralmente aos consumidores nas bombas, trazendo o alívio tão aguardado para o orçamento familiar.
Publicado por Danilo Telles / TV Metropolitana