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PCC: EX-COPILOTO DE TÁXI AÉREO COM SEDE EM PIRACICABA DENUNCIA PRESIDENTE DO UNIÃO BRASIL À PF

Publicada em: 22/09/2025 17:25 -

Mauro Mattosinho - Foto: Divulgação

O ex-copiloto Mauro Mattosinho, que trabalhou para uma empresa de táxi aéreo com sede em Piracicaba, denunciou o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, à Polícia Federal. A denúncia se baseia em pagamentos que, segundo o copiloto, foram realizados pela fintech BK Instituição de Pagamento S.A., conhecida como BK Bank. A empresa foi apontada pela Polícia Federal como uma peça-chave em um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.

De acordo com reportagem do ICL Notícias, que teve acesso aos comprovantes, o ex-copiloto teria recebido R$ 58,3 mil da BK Bank entre abril e agosto de 2024. A ligação da BK Bank com a facção criminosa foi revelada em uma megaoperação da PF e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em agosto deste ano.

Em entrevista, Mattosinho declarou que seus pagamentos iniciais vieram diretamente do BK Bank. “No começo, tive alguns pagamentos vindos do BK. Depois, o Epaminondas começou a me pagar de contas variadas, de empresas dele”, disse. O copiloto informou que seu salário registrado era entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, e o restante era depositado diretamente em sua conta.

A empresa de táxi aéreo, que opera sob o nome Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), está registrada em nome da mãe de Epaminondas Chenu Madeira, que é quem administra o negócio. A TAP informou, por meio de nota, que “desconhece qualquer pagamento feito diretamente pela BK Bank” a Mattosinho e que irá se pronunciar "no momento oportuno".

O ICL Notícias, em parceria com o UOL, publicou em 18 de setembro reportagem que aponta as ligações da TAP com pessoas e fundos de investimento que são alvos de uma operação contra o esquema de lavagem de dinheiro do PCC.

Entre os citados estão Mohamad Hussein Mourad, conhecido como "Primo", e Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco", supostos líderes do esquema, além do advogado Rogério Garcia Peres.

Mattosinho afirmou ao ICL Notícias ter transportado "Primo" e "Beto Louco" cerca de 30 vezes e que ambos seriam sócios ocultos de Epaminondas na compra de jatinhos. Em outro pronunciamento, a TAP, declarou em nota que "não tinha conhecimento do envolvimento de investigados na Operação Carbono Oculto" e que atua “em observância à lei”. A empresa também informou que não pode fornecer dados sobre clientes sem autorização ou sem requisição de autoridades.

Além da TAP, Epaminondas é sócio de outras duas empresas de táxi aéreo, a ATL Airlines e a Aviação Alta.

Documentos públicos mostram que a ATL Airlines e a Aviação Alta são cotistas da Capri Fundo de Investimento em Participações, que tem como representante legal Rogério Garcia Peres.

A defesa de Peres e da Altinvest, gestora da qual o advogado seria controlador, negou “qualquer relação com a BK Bank” e afirmou que Peres possui “reputação ilibada”. A Altinvest também reforçou em nota que “repudia veementemente qualquer tentativa de associação de seu nome ou de seus gestores a atividades ilícitas”, e que não administra nenhum fundo “com relação a aeronaves”.

A defesa de "Primo" não se manifestou, e o advogado de "Beto Louco" não retornou os contatos da reportagem do ICL.

Texto: Danilo Telles/Jornalista | Com Informações do ICL

Publicado por Enzo Oliveira/Grupo Metropolitana

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