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A eleição para a diretoria da Associação União para o Desenvolvimento Sustentável do Distrito de Artemis (UNI ARTEMIS), realizada em 20 de setembro de 2025, transformou-se em um impasse que será analisado pela Procuradoria Geral do Município de Piracicaba. O caso, que envolve denúncias de anulação unilateral do resultado e suspeita de interferência política, foi registrado como supressão de documento e é investigado pela Polícia Civil.

A chapa vencedora, "Unidos por Artemis", não conseguiu tomar posse devido à retenção de documentos e à anulação do pleito, levantando questionamentos sobre a violação do princípio de apartidariedade da UNI ARTEMIS.

Anulação Contestada e Documentos Retidos

A chapa vencedora afirma que a eleição foi legítima e transparente. No entanto, o presidente da Comissão Eleitoral, Ronaldo Tadeu Magna Viana, emitiu um documento invalidando o resultado e impugnando a chapa. Os denunciantes alegam que a decisão foi tomada de forma isolada, sem aprovação dos demais membros da Comissão e sem amparo estatutário.

A ata do pleito não foi assinada ou entregue, impedindo a posse imediata da chapa vencedora, conforme o Artigo 39 do estatuto. A ex-presidente da UNI ARTEMIS, Márcia Cardoso, que é Chefe de Gabinete do vereador Josef Borges, estaria se recusando a entregar chaves e documentos da associação.

Suspeita de Interferência Política

A denúncia aponta forte conexão entre membros da chapa derrotada, "Inova Artemis", e o cenário político local:

• O vereador José Everaldo Borges (Josef Borges) divulgou vídeos em redes sociais pedindo votos para a chapa perdedora, o que, para os denunciantes, contraria o princípio de apartidariedade. O vereador nega a interferência, alegando apoio pessoal.
• Márcia Cardoso, ex-presidente da UNI ARTEMIS, assumiu a Chefia de Gabinete do vereador em 2023, sendo acusada de continuar exercendo a função na associação mesmo após a renúncia ao cargo em agosto de 2024.

Denunciantes sugerem que a contestação do resultado da eleição teria motivação política após a derrota nas urnas. O caso tem causado descontentamento entre os moradores de Ártemis, que defendem o respeito ao resultado eleitoral.

Investigação Policial e Retorno da Prefeitura

O caso foi registrado como supressão de documento pela Delegacia Eletrônica e é investigado pelo 5º Distrito Policial de Piracicaba. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que diligências estão em andamento.

Prefeitura de Piracicaba:

A Secretaria Municipal de Cidadanias e Parcerias informou que a resolução do caso é prerrogativa da Comissão Eleitoral do bairro, mas encaminhou a denúncia à Procuradoria Geral do Município para um parecer técnico-jurídico. A Prefeitura não retornou o questionamento sobre o prazo para iniciar a apuração e nem sobre quem seria Ronaldo Tadeu Magna Viana.

Márcia Cardoso (Ex-Presidente):

Em nota, Márcia Cardoso negou todas as acusações:

• Interferência Política: Afirmou que o apoio do vereador é um ato de liberdade de expressão pessoal e que a campanha não utilizou recursos públicos.
• Retenção de Documentos: Negou a recusa dolosa, alegando que a guarda provisória dos bens é um ato cautelar justificado pela impugnação do resultado. Ela se declara presidente em exercício até 06/03/2026, conforme o Artigo 59 do Estatuto.
• Anulação do Pleito: Defendeu que a anulação foi uma decisão colegiada e fundamentada da Comissão Eleitoral, baseada em provas documentais, incluindo a suposta confissão da chapa vencedora de ter divulgado pessoa não inscrita na diretoria.
• Investigação: Afirmou não ser investigada e que o registro de Boletim de Ocorrência é apenas uma notícia de fato.

A reportagem fez questionamentos adicionais a Márcia Cardoso sobre o suposto ato de renúncia em agosto de 2024 e o prazo de seu mandato, segundo consta no Diário Oficial, a data de término de mandato seria 17/09/2025.

Quem seria e qual o contato do Sr. Ronaldo Tadeu Magna Viana. Porque no dia 12 de agosto de 2024, na página oficial do bairro denominada Associação dos Moradores do Distrito de Ártemis, foi informado que a presidente renunciaria ao cargo, se isso de fato ocorreu. Porque nesta mesma página existem diversas postagens com matérias, vídeos e fotos do vereador Josef Borges.

A reportagem não obteve retorno e o espaço permanece aberto para manifestações.

Vereador Josef Borges:

O vereador declarou não ter tido participação no pedido de impugnação, classificando-o como suspeita de fraude eleitoral, e afirmou que as "injúrias e difamações" direcionadas a ele estão sendo encaminhadas à Justiça.

Texto e Publicação Danilo Telles/Jornalista