Foto: Redes Sociais
Filada do PL, que se apresentava como "assessora" da Secretária de Políticas para a Mulher de SP, foi alvo de reportagem que revelou pedidos de R$ 100 mil em troca de recursos parlamentares.
A Secretária de Políticas para a Mulher do Estado de São Paulo, Valéria Bolsonaro (PL), informou ter encaminhado ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) áudios de uma filiada do seu partido que supostamente solicitava "cashback" de R$ 100 mil para a liberação de emendas parlamentares. A Secretária pediu a "apuração de todos os fatos" envolvendo o caso.
O pedido de investigação ao MPSP foi anunciado pela própria Secretária em um vídeo publicado em suas redes sociais. O conteúdo a ser apurado diz respeito a Amanda Servidoni, filiada ao PL e ativista conservadora, que foi alvo de reportagem do portal Metrópoles.
"Pedi pessoalmente, pedi, encaminhei para o Ministério Público toda a reportagem, áudio, tudo que estava ali, que eu vi na internet, encaminhei para o Ministério Público pedindo apuração de todos os fatos, para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível e da melhor forma possível", disse a Secretária no vídeo.
Amanda Servidoni se apresentava como "assessora" de Valéria Bolsonaro, embora não ocupe cargo oficial na Secretaria. Valéria Bolsonaro é deputada estadual licenciada e preside, em Rio Claro (SP), o projeto social "Mulheres pela Fé", do qual Amanda é presidente e a Secretária é madrinha. A sede do projeto, inaugurada recentemente, está localizada no mesmo endereço do escritório político de Valéria na cidade.
A Secretária negou qualquer envolvimento com os fatos revelados e disse ser alvo de violência política. "Situações difíceis. A gente sabe que a violência política, principalmente contra as mulheres, é uma coisa que é, né, cada vez mais violenta e quanto mais a gente trabalha e faz um trabalho bom, mais inimigo aparece", comentou Valéria.
As mensagens de Amanda Servidoni, citadas na reportagem, mostram que os pedidos de "cashback" foram dirigidos a representantes de prefeituras no interior paulista.
Apesar de não ser assessora formal, Amanda afirma que mantém contato frequente com assessores do gabinete da Secretária e faz a interlocução entre o gabinete e pessoas que atuarão em projetos de políticas para as mulheres. Sua filiação ao PL, em junho, contou com a presença de Valéria Bolsonaro e do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.
Em nota, o Governo de São Paulo e a Secretaria de Políticas para a Mulher declararam que o assunto das emendas não é de competência da pasta, mas sim da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A nota reforçou que os pagamentos às prefeituras seguem ritos administrativos e legais, e cabe aos órgãos de controle a fiscalização da aplicação dos recursos.
A Secretária Valéria Bolsonaro, no entanto, não se manifestou sobre sua relação de proximidade com Amanda Servidoni.
Texto e Publicação Danilo Telles/Jornalista | Grupo Metropolitana