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PT E PSOL PROTOCOLAM NOVOS PEDIDOS DE CASSAÇÃO DE LUCAS BOVE NA ALESP APÓS DENÚNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Publicada em: 28/10/2025 01:46 -

Foto: ALESP

Os partidos PT e PSOL apresentaram, na última sexta-feira (24/10), duas novas representações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) solicitando a cassação do mandato do deputado estadual Lucas Bove (PL). A medida foi tomada após o Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciar Bove por violência doméstica contra a ex-esposa, Cíntia Chagas, e pedir a prisão preventiva do parlamentar por reiterado descumprimento de medidas protetivas.

Na denúncia formal, apresentada na quinta-feira (23/10), o MPSP acusa Bove dos crimes de violência psicológica, perseguição, ameaça e lesão corporal. Além disso, a promotoria encaminhou um ofício à Alesp pedindo que sejam adotadas "eventuais providências cabíveis" no âmbito da Casa. Em setembro, o deputado já havia sido indiciado pela Polícia Civil por ameaça e violência psicológica.

Os novos requerimentos ocorrem dois meses após o Conselho de Ética da Alesp ter arquivado (por seis votos a um), em 26 de agosto, o primeiro pedido de cassação do mandato, que havia sido protocolado pelo PSOL.

Na ocasião, a votação na reunião extraordinária do Conselho foi presidida pelo Delegado Olim (PP), que votou pelo arquivamento. Todos os demais parlamentares presentes – Oseias de Madureira (PSD), Carlos Cezar (PL), Dirceu Dalben (Cidadania), Eduardo Nóbrega (Podemos) e Rafael Saraiva (União Brasil) – também votaram contra a perda do cargo. O único voto favorável à cassação foi da deputada Ediane Maria (PSOL), única mulher e parlamentar de oposição presente.

O processo contra o deputado tramita na Vara de Violência Doméstica do Fórum do Butantã, na capital, e está sob segredo de justiça.

De acordo com a denúncia do MPSP, Bove teria cometido violência física contra Cíntia pelo menos três vezes entre agosto de 2022 e julho de 2024, com "apertões, causando hematomas, lesões e humilhações públicas". O MPSP também aponta que, no mesmo período, o deputado tinha o hábito de "apontar uma arma de fogo para Cíntia, como 'brincadeira'", classificando o ato como "intimidação ostensiva".

A denúncia ainda cita um momento em que o deputado teria ameaçado a então esposa com o punho cerrado, dizendo: “Você só não vai apanhar agora porque tem milhões de seguidores”.

Após a separação, em agosto do ano passado, Cíntia relata que Bove passou a ameaçá-la de morte e a persegui-la, utilizando advogados, a própria equipe e até números de telefone da Alesp para contatá-la após ser bloqueado.

Atualmente, o parlamentar está impedido de se aproximar a menos de 300 metros da ex-companheira, além de ter restrições de contato por telefone ou redes sociais.

A defesa de Cíntia Chagas emitiu nota afirmando que a denúncia do MPSP "representa um marco importante para as mulheres na busca pela verdade, pela responsabilização e pela dignidade da vítima". A advogada Gabriela Manssur classificou a denúncia como a reafirmação de que "não há espaço para o abuso, para a impunidade e para o uso do poder como instrumento de opressão”.

Já a defesa de Lucas Bove manifestou "enorme surpresa" com o oferecimento da denúncia, especialmente pelo "descabido pedido de prisão", alegando que "inexistem razões, pressupostos e/ou requisitos para a cogitação ou adoção dessa medida". Os advogados informaram que já se manifestaram formalmente nos autos contra o pedido do MPSP e disseram confiar na Justiça. A defesa criticou ainda o "vazamento contínuo de informações" sobre o processo, que está sob sigilo judicial.

Texto e Publicação Danilo Telles/Jornalista | Grupo Metropolitana | Com informações do Metrópoles

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