A presidenta da Apeoesp (Sindicato
dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a deputada estadual
Professora Bebel (PT) diz que em carta ao governo João Doria (PSDB), mais de 90
entidades que representam pais e professores afirmam que as redes de ensino
devem fornecer condições para que os estudantes tenham aulas remotas. “No
documento, enviado ao governador e às secretarias de Educação e Saúde, as
instituições manifestaram contra a retomada de aulas presenciais em agosto, sem
limite de alunos e com redução do distanciamento social para um metro”,
ressalta a deputada.
Essas novas regras foram
estabelecidas pelo governador João Doria, indo contra o protocolo de prevenção
da pandemia permitindo, inclusive, que a volta às aulas seja feita com até 100%
da capacidade, o que é rechaçado pela Apeoesp, uma das entidades que assinam o
documento.
Na carta, as entidades
reafirmam ainda que as medidas necessárias para a retomada das aulas
presenciais com segurança, como a vacinação em massa dos profissionais da
educação, ainda não foram alcançadas e alertam que isso poderá colocar a vida
de alunos e funcionários em risco.
Para Bebel, “as escolas estão detonadas. Como você vai
falar em higienização se você não tem a lavagem das mãos pelo menos? O segundo
fator é que nem todas as escolas têm uma ventilação a contento. A outra questão
é a vacinação 100% dos profissionais da educação nas duas doses. Não adianta
dar a primeira dose, ter 14 dias e mandar (ao trabalho presencial). Não, tem
que ser duas doses com mais de 14 dias de imunização, além claro de máscara e
álcool em gel. O que eu observo é que o governo está se atendo muito mais à
máscara e ao álcool em gel. E não são somente esses dois equipamentos, embora
muito importantes, que vão dar conta unicamente de conter a pandemia”, enfatiza
a parlamentar e presidenta da Apeoesp.
Em suas redes sociais, Bebel
publica material divulgado pelo portal Brasil 247 em que a diretora do
Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), Silvia Bárbara, diz que a
decisão do governador Doria “é fruto da pressão política” de grupos organizados
sob o governo. “Como alguns grupos de pais de escolas de elite, médicos
pediatras que desde o ano passado vêm pressionando pelo retorno a qualquer
custo e conseguiram. As aulas presenciais foram retomadas de maneira menos
intensa no final de 2020. E de maneira mais intensa a partir do ano letivo de
2021”, observa a diretora.
Levantamento da Apeoesp, feito através de suas subsedes, revela que desde o retorno das aulas presenciais, determinadas pelo governo estadual, no início deste ano, com no máximo de 30% dos alunos, que na prática ficou em cerca de 5%, foram registrados 2724 casos de covid envolvendo profissionais da educação, em 1196 estabelecimentos de ensino público estadual, e 105 mortes.
A Professora Bebel defende a volta das aulas somente com os profissionais da educação recebendo as duas doses da vacina e respeitado o prazo de 14 dias para imunização.