Nossos dias são uma surpresa, as vezes engraçados e outras desestimulantes. Tudo gira em razão do nosso círculo de convivência e dos resultados de nossas escolhas. Muitas vezes tentamos ser diferente, fora do normal, as vezes tentamos ser bacanas, irreverentes (engraçados). Sempre que encontramos dificuldades tentamos ser fortes, orgulhosos. Durante os tempos que nos tornamos diferentes, nos sentimos bizarros, esquisitos, deslocados do nosso verdadeiro mundo. Por outra volta quando tentamos ser engraçados, percebemos ridículos, idiotas e depois nos frustramos. Quando nos postamos orgulhosos, padecemos mesquinhos e egoístas e até enlouquecidos.

Tenho acompanhado o mundo de um ângulo que nunca havia acompanhado, de dentro de um dos poderes, o Legislativo Municipal que, após as últimas eleições ocorreram mudanças significativas na substituição dos edis, muitas prudentes e importantes; outras poucas surgiram como aberrações com renascimento nostálgico do velho e conhecido fascismo.

Apesar de ter convivido por 12 anos em Brasília na Capital Federal e por 10 anos, de forma não regular, em Genebra na Suíça, jamais esperaria ver o Brasil copiando a história de horrores que ascendeu a Itália ao fascismo.

Divido algumas informações que me levaram a essa meditação, pois minha visão do povo brasileiro de quando eu era jovem e esperançoso se transformou em uma certeza de fracasso de toda uma geração.

Vamos acompanhar essa história e observarmos se alguma identidade nos revela, lógico, espero isso de pessoas críticas, cultas e imparciais, visto que política não escuderia de futebol, mas sim a grande responsável pela evolução ou a decadência de um povo.

Conta os livros e as anotações históricas que Benito Amilcare Andrea Mussolini nasceu em 29 de julho de 1883na cidade de Predappio, região central da Itália. Seus pais chamavam-se Alessandro Mussolini e Rosa Mussolini, tendo sido o primeiro filho do casal. Mussolini teve dois irmãos mais novos chamados Arnaldo Mussolini e Edvige Mussolini.

Mussolini era socialista, viveu na suíça para se esquivar da prestação de serviço militar na Itália, foi professor do infantil, tornando-se jornalista e reconhecidamente pacifista.

A Itália permaneceu neutra no início da segunda guerra mundial e essa neutralidade foi anunciada pelo governo italiano em 3 de agosto. Mussolini, assim como os socialistas em geral, mantiveram contrários a adesão da Itália à guerra.

 Da última possibilidade constante no início do nosso texto, “Quando nos postamos orgulhosos, parecemos mesquinhos e egoístas e até enlouquecido...” Mussolini logo mudou de opinião. O pacifista socialista que viria a ser o ditador italiano utilizou sua posição como editor do Jornal Avanti! para publicar um artigo manifestando ser contra a neutralidade italiana.

Com coerência manteve a mesma postura os socialistas italianos fundados no lema “nem apoiar nem sabotar a guerra. Na visão deste grupo democrata apoiado no socialismo a visão deles afirmava que a guerra era obra da ganância capitalista. Mussolini foi expulso do Partido Socialista Italiano depois da publicação. Em maio de 1915, a Itália aderiu à guerra e entrou do lado da Tríplice Entente.

Instigando o povo italiano ao nacionalismo tornou-se uma grande força política na Itália e Mussolini, aproveitando-se dessa onda, passou a defender a implantação de um governo forte sob a liderança de um ditador. Logo, ele fundou um grupo que compartilhava de suas ideias, o Fasci Italiani di Combattimento, fundado oficialmente em 1919. Esse foi o movimento precursor do fascismo no Europa.

 

Os membros desse grupo adotavam uma caracterização militarizada formadas por chamadas “squadristi. Em seguida, Mussolini tornou-se o grande nome do conservadorismo em toda a Itália e passou a incentivar os squadristi a agir violentamente contra os opositores de seus ideais, sobretudo contra os socialistas. Mussolini agora havia convenientemente se colocado como representante da direita (1920).

Em 1921 o Fasci di Combattimento passou a ser oficialmente Partido Nacional Fascista e já contava com 80 mil membros naquele ano e mais de 300 mil no ano seguinte. Logo, os fascistas passaram a ocupar o poder de cidades italianas, como Milão, à força.

Um ato denominado Marcha sobre Roma exerceu uma pressão, no dia 30 de outubro de 1922, Benito Mussolini era empossado como primeiro-ministro italiano. A nomeação dele ao cargo aconteceu dentro da legalidade constitucional da Itália.

No Poder, em 1922, Mussolini passou a se identificar como Il Duce, traduzido como “o líder”. Mussolini iniciou à construção de um Estado policial que passou a perseguir violentamente e todos os partidos políticos – com exceção do fascista.

De um sujeito pacifista, socialista, engraçado surgiu um novo e cruel personagem. Benito Mussolini, o ditador projetou-se oficialmente a partir de 1925, quando ele se autodeclarou ditador da Itália. A ascensão dos nazistas na Alemanha, na década de 1930, fez com que Itália e Alemanha estreitassem seus laços. Essa relação de fidelidade entre alemães e italianos permaneceu até 1945.

Mussolini se promovia com passeios de motos, chamava simpatizantes e aparecia nas praias e se postava como o líder supremo das forças armadas.

Só não me lembro de algum comentário entre os historiadores se Mussolini deixou uma cartilha de protocolo de seus atos, ou um livro não publicado de como destruir um país enganando seu povo sego pelo ódio.

 

José Osmir Bertazzoni (63) Advogado e jornalista.