Foto: Assessoria Parlamentar
No dia 7 de setembro o povo brasileiro foi às
ruas para defender a liberdade e a democracia. Não os que foram à Avenida
Paulista, Copacabana e Esplanada dos Ministérios para pregar intervenção
militar, fechamento do STF e do Congresso e a violência para intimidar os que
lutam em defesa da vida e do estado democrático de direito. Quem foi às ruas
defender a democracia brasileira foram os trabalhadores, os movimentos sociais,
os segmentos oprimidos da sociedade.
Em São Paulo estivemos no Vale do Anhangabaú.
Muitos milhares de pessoas, mobilizadas para dizer a Jair Bolsonaro que a
Brasil não o quer e que não o deixaremos dar um golpe para manter-se no poder.
Não nos intimidamos com a tentativa de João
Doria de proibir o nosso ato. A APEOESP tomou a iniciativa de articular
entidades para obter na justiça o direito de realizar a manifestação. E fomos
vitoriosos. Com a tentativa de nos proibir, Doria mostrou que BolsoDoria, a
denominação que ele se deu na campanha eleitoral de 2018, é uma realidade.
Bolsonaro e Doria tem tudo em comum.
Não nos intimidaram as manifestações de
motoristas de caminhão contratados pelo agronegócio para tentar chantagear a
sociedade e as instituições. Tampouco vão nos calar manifestantes contratados
pelas empresas bolsonaristas para usurpar as cores nacionais e atuar contra a
própria Pátria. Somos maioria e como tal continuaremos ocupando as ruas e todos
os espaços em defesa da vida, dos direitos, da liberdade de organização e
expressão, da liberdade de lutar e conquistar.
Lutamos e vencemos essa batalha. Com ajuda do
golpista Michel Temer, Bolsonaro teve que recuar. Mas ele não é confiável e
continuará trilhando o caminho do golpismo, porque sabe que não vencerá
eleições democráticas e que seu destino poderá ser a cadeia após o final do
mandato, tal o número de crimes que vem cometendo. Nossa mobilização permanente
e a pressão sobre o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara, para inicie o
processo de impeachment é fundamental.
Não permitiremos a reforma administrativa de
Doria
Mas também é fundamental a nossa mobilização
aqui no estado de São Paulo pela imediata retirada do PLC 26, pelo qual Doria
realiza grandes ataques contra os direitos dos servidores públicos,
enfraquecendo e promovendo o desmonte dos serviços públicos. Os servidores e a
população que mais precisa são os alvos do governador tucano. Se o PLC 26 for aprovado, haverá menos
professores, menos profissionais da saúde, menos servidores em todas as áreas,
pois esse projeto promove a sua desvalorização em todos os sentidos.
Nossa pressão e denúncia já resultou em um
recuo pontual. Não haverá mais corte de 10% nos salários dos professores
temporários e os contratos que vencem em dezembro de 2021 serão prorrogados até
final de 2022, como vínhamos reivindicando. Também houve ampliação de
possibilidades de evolução na carreira dos funcionários das escolas, entre
outros pontos. Mas não basta.
A luta é pela retirada total e imediata do
PLC 26 e pelo estabelecimento de uma mesa de negociação permanente para a
valorização dos servidores públicos. É com essa finalidade que nosso mandato
parlamentar realizará nessa segunda-feira, 13/9, às 18 horas, uma audiência
pública com transmissão pela Rede ALESP.
A audiência contará com a participação das entidades dos servidores
públicos.
Não vamos dar trégua a BolsoDoria e não
aceitaremos que Doria antecipe no estado de São Paulo a reforma administrativa
que Bolsonaro quer impor no Congresso Nacional.
Professora
Bebel é presidente da APEOESP, deputada estadual pelo PT e líder da bancada do
PT na Assembleia Legislativa de São Paulo