📷 Danilo Telles/ Rádio Metropolitana de Piracicaba
Atos são organizados pelo MBL e pelo Vem pra Rua;
partidos de esquerda relutam em participar.
Nossa equipe de reportagem esteve logo pela manhã na praça José Bonifácio em Piracicaba/SP, não foram registrados manifestantes e nem manifestações pelo local. A equipe ficou cerca de uma hora próximo ao coreto.
15h37 Atualização: Segundo apurado por um dos organizadores em Piracicaba, o ato foi concentrado na capital paulista, por essa razão, uma caravana seguiu para avenida Paulista em São Paulo.
📷 Danilo Telles/ Rádio Metropolitana de Piracicaba
Movimentos sociais, centrais sindicais e partidos
políticos se uniram para promover, neste domingo (12), manifestações em
diversas cidades brasileiras para pressionar o Congresso Nacional a abrir
um processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem
partido). Os atos estão previstos para começar logo pela manhã e devem durar
até o final da tarde.
Eles foram idealizados pelo Movimento Brasil Livre
(MBL) e pelo Vem pra Rua – responsáveis pelas manifestações de 2016 que
resultaram no afastamento da então presidente Dilma Rousseff (PT) – e são
considerados uma resposta aos atos bolsonaristas do último dia 7 de
setembro que defenderam pautas antidemocráticas, como a destituição de
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a implementação do voto impresso.
“Dia 12 de setembro a manifestação é pelo
afastamento de Bolsonaro pelo cometimento de crimes de responsabilidade. Venha
exigir: Impeachment já!”, publicou o Vem pra Rua em uma rede social.
“Pelas
mentiras e estelionatos eleitorais. Pela aliança com os corruptos. Pelas
rachadinhas e pela propina na vacina. Pelas 520 mil vidas perdidas. O governo
Bolsonaro é um crime e uma vergonha para o nosso país. E está na hora de derrubá-lo”,
postou o MBL.
Em São
Paulo, o encontro será às 14h na Avenida Paulista; no Rio de Janeiro, às 10h no
Posto 5 de Copacabana; em Brasília, às 14h em frente ao Congresso Nacional; em
Belo Horizonte, às 10h na Praça da Liberdade; em Goiânia, às 15h na Avenida
Edmundo P. de Abreu; em Porto Alegre, às 15h na Passarela da Av. Goethe; em
Vitória, às 10h no estacionamento da Praça do Papa; em Florianópolis, às 14h na
Praça da Figueira em frente à Catedral.
Os
participantes pretendem ir às ruas vestidos com a cor branca.
Adesão de
centrais e partidos
Na última
quarta (8), um dia depois do 7
de setembro, centrais sindicais divulgaram nota informando que iriam
aderir às manifestações do dia 12.
Força
Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos
Brasileiros) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) informaram que é
preciso “cerrar fileiras em defesa da democracia e das instituições da
República”.
“No próximo dia 12 de setembro será realizado
um grande ato pelo impeachment de Bolsonaro, ato que convocamos e
participaremos. Nossa linha é, sempre, frente ampla em defesa do Brasil e da
democracia!”, disseram no comunicado.
Devido a divergências políticas e ideológicas
com os movimentos organizadores dos eventos, partidos de centro e de esquerda,
como PT e PSOL, optaram por não aderir às manifestações.
Alguns líderes, no
entanto, devem marcar presença. São esperados Ciro Gomes (PDT), Orlando Silva (PCdoB), Isa
Penna (PSOL), Simone Tebet (MDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM), Alessandro
Molon (PSB) e Tabata Amaral (sem partido).
Por outro lado, confirmaram presença os
diretórios nacionais do Novo e do Cidadania, o diretório paulista do PSL e os
diretórios paulistanos do PSDB e do PDT.
7 de setembro x carta à nação
Segundo balanço da
Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), cerca de 125 mil pessoas estiveram nos atos pró-Bolsonaro concentrados
na Avenida Paulista no dia 7. Em Brasília, número semelhante esteve na
Esplanada dos Ministérios, onde o presidente fez um discurso duro criticando
especialmente ministros do STF.
“Nós não mais aceitaremos que qualquer
autoridade, usando a força do poder, passe por cima da Constituição. Não mais
aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer certeza que venha de
fora das quatro linhas da Constituição”, afirmou em cima do carro de som,
fazendo referência a Alexandre de Moraes.
“Não queremos ruptura. Não queremos brigar
com poder nenhum, mas não podemos admitir que uma pessoa curve a nossa
democracia. Não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa
liberdade”, completou.
Dois dias depois, no
entanto, o presidente recuou e publicou uma carta à nação para
tentar amenizar a crise. No manifesto de 10 pontos foi publicado no
site do Planalto, Bolsonaro diz que não tinha a "intenção de agredir
quaisquer dos Poderes" e que suas palavras se decorreram “do calor do
momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”.