Sandra Coccuzzo, diretora do Butantan, explica funcionamento do Lab Móvel ao prefeito Luciano, secretário Filemon e subsecretario Muzilli Jr - Fotos: Felipe Poleti/ CCS Prefeitura
Prefeito e secretário
visitaram unidade instalada na praça José Bonifácio.
Começou neste segunda-feira (20), em Piracicaba, o
mapeamento e sequenciamento do vírus SARS-CoV-2 por meio do projeto itinerante
LAB Móvel do Instituto Butantan. O objetivo da ação, que permanece na cidade
pelos próximos 15 dias, é acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos
de Covid-19 e realizar o sequenciamento das variantes que circulam no município
e adjacências.
Pela manhã, o prefeito Luciano Almeida esteve na praça
José Bonifácio, conhecendo a unidade científica em companhia do secretário de
Saúde, Filemon Silvano, do subsecretário Augusto Muzilli Jr. e de membros da
direção do Butantan, bem como da equipe da coordenação para diagnósticos de
variantes do Instituto, além de Eduardo Araújo, CEO da Loccus, parceira do
Butantan no projeto.
“É uma parceria muito importante e que será de grande ajuda para traçarmos novas estratégias de combate à Covid-19. Com o mapeamento das variantes, saberemos a real situação de contágio na cidade para criar ações para diminuir a contaminação da população”, ressaltou o prefeito Luciano Almeida.
Sandra Coccuzzo, diretora do Butantan, explica funcionamento do Lab Móvel ao prefeito Luciano, secretário Filemon e subsecretario Muzilli Jr - Fotos: Felipe Poleti/ CCS Prefeitura
Além de Piracicaba, os municípios de Águas de São Pedro,
São Pedro, Rio Claro, Cordeirópolis e Pirassununga também participam do
mapeamento com o envio de amostras coletadas em suas Unidades Básicas de Saúde
(UBSs) e encaminhadas ao laboratório itinerante.
Com as análises realizadas dentro do LAB Móvel é possível
obter o resultado em até 24 horas (a partir do momento em que as amostras
chegam ao container) e, em seguida, inicia-se o sequenciamento, que pode durar
de três a seis dias. Atualmente todo o processo entre a testagem de amostras e
o sequenciamento de variantes pode durar de 10 a 12 dias. “Além disso, teremos
maior precisão já que hoje o sequenciamento genético é feito por amostragem em
apenas 20% dos casos positivos. Com o laboratório, 100% dos casos positivos
serão analisados”, explicou Filemon Silvano.
Esta será a terceira parada do laboratório itinerante,
que começou a operar em Aparecida, região do Vale do Paraíba, e nas duas
últimas semanas esteve em Santos, litoral paulista. Em Piracicaba, o container
fica estacionado na praça José Bonifácio, em frente à Catedral. “Nosso objetivo
é analisar as amostras com mais agilidade e assertividade para entender quais
regiões do Estado precisam de mais atenção. A iniciativa vai permitir que as
pessoas vejam os equipamentos e cientistas do Instituto em ação, aproximando
ainda mais a ciência da população brasileira”, afirma Sandra Coccuzzo, diretora
do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.
O projeto envolve cerca de 20 funcionários do Butantan,
já soma mais de 250 horas trabalhadas e mais de 5.000 amostras testadas no
período. Os moradores das cidades que irão receber o LAB Móvel poderão
acompanhar os trabalhos dos pesquisadores de perto. Isso porque a estrutura do
veículo, de mais de 12 metros de comprimento e quase 3 metros de altura, conta
com uma parte de vidro que permite a observação dos procedimentos realizados
pelos cientistas. “O veículo, equipado com alta tecnologia, possui três
sequenciadores genéticos, extrator de DNA, centrífuga, seladora, geladeira e
freezer para armazenamento de amostras, entre outros. O investimento total foi
de R$ 3 milhões”, ressalta Maria Carolina Elias Sabbaga, vice-diretora do
Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.
O PROJETO - Os municípios que recebem o laboratório se responsabilizam por realizar as coletas de amostras em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhá-las ao laboratório itinerante. Lá, por sua vez, os especialistas realizam o diagnóstico e, então, separam as amostras positivas para iniciar o sequenciamento e identificar as variantes.
Sandra Coccuzzo, diretora do Butantan, explica funcionamento do Lab Móvel ao prefeito Luciano, secretário Filemon e subsecretario Muzilli Jr - Fotos: Felipe Poleti/ CCS Prefeitura
O sequenciamento é necessário porque os vírus
sofrem mutações, ou seja, alterações em seus códigos genéticos, gerando
variantes. Para realizar o mapeamento das variantes é necessário, em primeiro
lugar, extrair o RNA da amostra coletada. Em um segundo momento, essas
moléculas passam por um processo de conversão para DNA que, posteriormente, é
multiplicado em diversas cópias que são inseridas no sequenciador. Um
computador libera os resultados e a análise é realizada por especialistas,
conhecidos como bioinformatas.
Atualmente, o Instituto Butantan coordena a Rede de
Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 e recebe dados dos demais parceiros da
rede: Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP-USP, FZEA-USP/Pirassununga, Centro de
Genômica Funcional ESALQ-USP/Piracicaba, Faculdade de Ciências Agrônomas
UNESP/Botucatu, FAMERP São José do Rio Preto e Mendelics.