No entanto o rádio só começou a operar em 30 de abril de 1923.

Neste sábado, 25 de setembro, comemoramos o Dia Nacional do Rádio. Nessa matéria procuramos recuperar um pouco dessa história, que tem como precursor um brasileiro.

Quem diria que na primeira transmissão radiofônica oficial feita no Brasil foi preciso importar 80 receptores (as duas anteriores eram experimento)!

Isso ocorreu em 1922, com o presidente Epitácio Pessoa, na Praia Vermelha (RJ), em comemoração ao centenário da Independência do Brasil.

Mas a verdadeira história do rádio começou em 1899 através do Padre Landell de Moura.

Nascido em 1861, em Porto Alegre, foi o primeiro cientista no mundo a transmitir a voz humana pelo ar através de ondas de rádio. E o fez publicamente em pelo menos duas ocasiões que foram documentadas pela imprensa da época. A primeira transmissão wireless de voz humana por ondas de rádio da história da humanidade aconteceu em 16 de julho de 1899, quando ele era pároco na capela de Santa Cruz, no bairro de Santana, zona norte da capital paulista. Em 3 de junho de 1900, repetiu a experiência ligando o alto de Santana à avenida Paulista, oito quilômetros em linha reta, bem antes das experiências feitas por outros cientistas.

Uma década antes, Landell mesmo com limitações determinadas pela prática religiosa, e precariedade de recursos, já estudava como transmitir imagens e textos por ondas eletromagnéticas – a mesma “estrada” que utilizara para transmitir a voz humana e sons musicais.

 O italiano Guglielmo Marconi, por exemplo, considerado equivocadamente inventor do rádio em vários países, inventou o telégrafo sem fio em 1895, com pontos e traços em código Morse. Ele também transmitiria a voz humana por meio de ondas de rádio em 1914. Ou seja, muito tempo depois.

A rádio só começou a operar, no entanto, em 30 de abril de 1923, com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, instalado na Escola Politécnica, na então capital federal. Os famosos “galenas” eram pequenos e artesanais receptores de sulfeto de chumbo ao natural, que com uma antena de arame fino captavam vozes e sons vindos pelo ar.

Difícil precisar qual foi a primeira emissora criada no Brasil, não há registros oficiais de preservação da memória. Uma das pistas para esclarecer é saber o nome de batismo: emissoras com clube ou sociedade em seu nome e o prefixo PR são comprovadamente as pioneiras. É o caso da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a PRA-2. Isto não impedia que, no Recife, Oscar Moreira Pinto e um grupo de amigos transmitissem sons e palavras antes do Rio de Janeiro e proclamassem a sua Rádio Clube de Pernambuco como pioneira. Apenas oficialmente registrada depois como PRA-8. Em São Paulo, jovens engenheiros começaram com a Rádio Educadora Paulista. Quase ao mesmo tempo, os baianos entraram no ar com a Rádio Sociedade, a PRA-4, enquanto cearenses organizaram a Ceará Rádio Clube. O Rio de Janeiro inaugurou sua segunda emissora – a Rádio Clube do Brasil – a PRA-3, diferente por ser comercial, a primeira a requerer e ser autorizada pelo Ministério da Viação e Obras Públicas, via Correios e Telégrafos, a veicular anúncios.

Em dois anos (1923- 1924) eram muitas as emissoras em operação. No Rio Grande do Sul, a Sociedade Rádio Pelotense, de Pelotas, e em Porto Alegre, a Rádio Sociedade Gaúcha, que até hoje se proclama a pioneira no Sul do país.  Em Minas Gerais, a Rádio Clube Belo Horizonte,  com um potente transmissor de 500 watts; em Curitiba, a Rádio Clube Paranaense;  em São Paulo, mais uma,  a Rádio Clube São Paulo e a primeira emissora do interior, a Rádio Clube Ribeirão Preto. A partir daí, surgiram emissoras de rádio por todo o Brasil, como a Rádio Clube do Pará, no extremo Norte, e as fronteiriças do Rio Grande do Sul.



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