Foto: Arquivo Pessoal
Criada em 1939 pelo prefeito
Ricardo Ferraz de Arruda Pinto ficou 40 anos instalada em prédios alugados,
cedidos e inadequados. Foram oito endereços até em 2010 ela conquistar sede
própria, numa parceria com a Câmara de Vereadores que reduziu seu orçamento e
devolveu recursos à Prefeitura, suficientes para construir a nova Biblioteca
Municipal que, por lei, tem o nome de seu criador Ricardo Ferraz de Arruda
Pinto.
Com projeto do arquiteto João
Chaddad, localizada na área central, no antigo parque infantil, ao lado da
creche Dona Mimi e da Praça Cacilda Cavaggioni. Conta com 100 mil títulos,
anfiteatro, livros em braile e infantis, além de área de exposições. Nesse
período, ela foi palco de saraus, contação de estórias, debates, lançamentos de
livros, concursos literários, recebeu a visita monitoradas de alunos de escolas
municipais, estaduais e particulares.
Além disso, o seu acervo serve
de consulta para professores e pesquisadores. Suas atividades foram bastante
prejudicadas devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19. Criticar
sua baixa frequência nesse difícil período e de uma desonestidade intelectual
fora do comum.
A Biblioteca é um grande
patrimônio cultural de nossa cidade e deveria ser preservada e defendida por
todos. Seus 100 mil títulos guardam a história de vários períodos e se tornam
mais importante à medida que o tempo passa. Se uma única criança ou adulto
precisar recorrer a ela periodicamente já teria valido à pena a sua manutenção
no Centro. Agora estuda-se adaptar algum prédio no Engenho Central para
transformá-lo na Biblioteca Municipal e dar outro destino ao prédio atual. Na
verdade é dar uma solução para um problema que não existe.
O Engenho Central já é um
centro cultural de Piracicaba, pois tem o Teatro Erotides de Campos, a sede do
Salão Internacional do Humor e há espaços reservados para o Museu do Açúcar
(VER de Museu). Ampliar as suas atividades culturais é uma boa iniciativa e
deve ser incentivada. Não faltam alternativas e sugestões a serem analisadas:
Museu do Humor, Museu da Imagem e do Som, centros e oficinas culturais, salões
de eventos culturais, Escola de Música, teatro e dança, Centro do Folclore
Regional, Cinema Popular e tantos outros que não têm espaço adequado.
Selecionar uma ou duas alternativas e centrar esforços para implantá-las no
Engenho pode ter chance de conclusão em até três anos.
Fazer reflexão sobre a
manutenção da Biblioteca na em sua sede central e propor alternativas para seu
dinamismo pode ser uma solução para boa aplicação dos recursos públicos. Vale
muito a pena uma reflexão a respeito da nossa Biblioteca Municipal que, em seus
80 anos de história, é a nossa “casa dos livros”, com apenas 10 anos em casa
própria que não está incomodando ninguém, muito pelo contrário.
Barjas Negri, ex-prefeito de
Piracicaba