Daiana venceu a covid-19 depois de 24 dias entubada - Foto Assessoria de Imprensa HRP - Letícia Azevedo


No mês de setembro foram registrados 27 óbitos; o maior registro do ano foi em abril, com 203 óbitos.

O mês de setembro fechou consolidando melhoras significativas nos índices da pandemia em Piracicaba, sendo o mês com o menor registro de óbitos e casos confirmados pela Covid-19 no ano. A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, registrou 27 óbitos pela doença e 1.758 casos no 9º mês de 2021, quedas de 85,4% e 78%, respectivamente, se comparado com junho, mês a partir do qual os casos e óbitos começaram a diminuir no município.

De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, junho deste ano registrou 7.996 casos e 186 óbitos e foi o segundo mês com os piores índices de casos e óbitos no município. O mês com mais casos registrados neste ano foi janeiro, com 8.548 caos. Já referente a óbitos, foi o mês de abril, com 203 vítimas da doença.
“Com o esforço de cada profissional de saúde, seja na linha de frente nos hospitais, nas unidades de saúde ou na vacinação, vidas estão sendo salvas, mas lembramos com pesar também das famílias que perderam seus entes queridos nesse mais de 1 ano e meio de pandemia”, enfatiza o secretário de Saúde, Filemon Silvano.


Filemon lembra ainda que, enquanto os números de casos e óbitos regridem, os números da vacinação sobem. “Podemos afirmar que vivemos reflexos diretos da vacinação. Em setembro também tivemos outro marco, que foi chegarmos a mais de 50% da população vacinada com a 2ª dose ou dose única”, afirma o secretário. “Mas ainda não vencemos a pandemia. Precisamos continuar nos cuidando e nos vacinando”, complementa.

MILAGRES – As melhoras nos índices da pandemia são números que tentam expressar o contexto em que a sociedade vive: a pandemia da Covid-19. Mas a batalha de cada paciente contra o vírus é única e as vitórias muitas vezes são caracterizadas como “milagres”, como afirma Daiana dos Santos Pereira, 31 anos, que recebeu alta do Hospital Regional de Piracicaba (HRP), onde ficou entubada por 24 dias, na última quarta-feira, 29/09. O filho de 1 ano e 11 meses de Daiana, sua mãe, seu pai e sua avó também tiveram a Covid-19. A avó, de 78 anos, teve alta da UTI há dois dias e está se recuperando, os demais não precisaram de internação. Daiana, em casa, está reaprendendo atividades básicas, como andar, comer e beber.



Daiana, seu filho, pais e avó contraíram a covid-19 - Foto Assessoria de Imprensa HRP - Letícia Azevedo



“Estou bem cansada, não consigo andar ainda, mas estou me recuperando, porque Deus me deu uma 2ª chance de vida, tenho certeza, para cuidar do meu filho. Uma nova vida”, afirma Daiana ainda com a voz fraca, lembrando da surpresa que fez aos familiares ao voltar para casa na última quarta-feira e a emoção de abraçar o filho de novo, quase 30 dias depois. “Não sei explicar, mas acho que o que me ajudou foi que tomei a 1ª dose. Deus em primeiro lugar, mas acredito que a vacina também me ajudou”, relata.

Wesley da Silva Arruda, de 36 anos, por sua vez, precisou ficar ainda mais tempo internado no HRP. Após ter ficado internado na COT (Central de Ortopedia e Traumatologia), quando o local ainda atendia pacientes Covid-19, e depois ter sido transferido para a UPA Piracicamirim, em 13/07 deu entrada no HRP, onde ficou até o dia 07/09. Ele conta que dos 57 dias internado, 42 ficou em coma induzido, devido à entubação e traqueostomia. Nesse período, teve uma parada cardíaca, pneumonia e precisou lutar ainda contra quatro bactérias, conforme relata.



Recuperação após internação pela covid é gradual (Wesley) - Foto José Justino Lucente CCS



Dois dias depois de sua alta, Wesley completou 36 anos. “Foi um milagre, fiquei 10 minutos morto. Depois os médicos fizeram uma junta e conversaram com a minha família que a qualquer momento poderia entrar em óbito. Mas então comecei a melhorar, muitos oraram por mim”, conta Wesley, que hoje se considera amigo dos profissionais da saúde que cuidaram dele. “Cada dia tenho um desafio. Quase fiquei todo paralisado e por isso faço fisioterapia três vezes por semana. Estou cada dia melhor, o braço já levanta, consigo andar sozinho dentro de casa, mas ainda tenho algumas dificuldades”, conta, enfatizando que está voltando ao normal, “um normal diferente”. 



Wesley ficou internado por 57 dias, agora faz fisioterapia para recuparar todos os movimentos - Foto José Justino Lucente CCS

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