Pequena indústria do ramo alimentício. Foto: José Paulo Lacerda/CNI
A
indústria de Piracicaba mantém a trajetória de crescimento em 2021. Entre julho
e agosto, mais de 60% das exportações do município foram de maquinários
agrícolas. Além disso, os empresários locais importaram produtos como reatores
nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, o que
indica investimento no desenvolvimento industrial. Os dados são da Associação
Comercial e Industrial de Piracicaba (ACIPI).
O mesmo se observa nos micro e pequenos negócios, afirmam empresários e
entidades locais. A nível nacional, de acordo com a Confederação Nacional da
Indústria (CNI), as micro e pequenas empresas do setor industrial tiveram
um segundo trimestre bem melhor do que o primeiro em 2021. Os indicadores que
medem a situação financeira, o desempenho, a confiança e as perspectivas dos
empresários aumentaram de abril a junho na comparação com o período entre
janeiro e março.
Para o deputado Alexis Fonteyne (Novo/SP), a melhora das pequenas indústrias é consequência
do aumento do consumo pela população, impulsionada, por exemplo, pela
continuidade do auxílio emergencial. “Elas [as pequenas indústrias] vêm a
reboque das grandes indústrias. As demandas que estavam reprimidas estão sendo
atendidas. Há, inclusive, uma grande escassez e uma dificuldade para conseguir
matérias-primas no mercado, e isso significa que o consumo está mais alto, que
está tendo atividade e, portanto, as pequenas indústrias também estão dando os
seus retornos aí”, destaca.
Euclides
Baraldi Libardi, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas,
Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de
Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras (Simespi) vai na mesma linha e destaca a
melhora dos números em contraste com problemas na cadeia de produção.
“Houve
um crescimento e temos expectativa de continuar nesse ritmo, mas também houve
algumas dificuldades, como a falta de matéria-prima. O crescimento poderia,
inclusive, ser melhor até. Havia uma demanda reprimida. Essa demanda voltou, os
pedidos voltaram, mas eles enfrentam essa dificuldade de matéria-prima”,
ressalta.
Crescimento:
pequenas indústrias de Minas Gerais comemoram segundo trimestre positivo
Indicadores
da pequena indústria apresentam resultados positivos no segundo trimestre
Melhora
O
Índice de Situação Financeira dos pequenos negócios, por exemplo, encerrou
o segundo trimestre com 42,3 pontos. O resultado é 4,5 pontos percentuais acima
do que foi registrado nos três primeiros meses do ano e, de acordo com a
pesquisa, é consequência da maior produção e faturamento dessas empresas.
Dono de uma pequena empresa que fabrica telas e filtros para indústrias de
papel e celulose, Rami Yehia conta que, apesar das dificuldades, o negócio
cresceu 12% em 2020, pois novos mercados se abriram com a chegada da pandemia.
No entanto, ele destaca que este ano tem sido ainda mais positivo.
“A vacinação abrangeu uma quantidade maior de pessoas. Isso deu tranquilidade
para a população sair um pouco de casa, houve uma melhora e no nosso negócio
não foi diferente. O mercado é grande e também cresceu bastante, sobretudo
neste segundo trimestre. Tivemos um crescimento em torno de 3% a 4% no segundo
trimestre em comparação com o primeiro trimestre. Estou numa curva ascendente
dentro do meu segmento”, comemora.
Perspectivas
Os
empresários industriais de pequeno porte estão confiantes. O indicador que mede
o otimismo dos empreendedores encerrou o segundo trimestre em 60 pontos. O
resultado é bem acima da média histórica, que é de 52,5 pontos. Para o
economista William Baghdassarian, o avanço da imunização contra a Covid-19 é um
dos sinais que a sociedade precisa para voltar a viajar, consumir e gerar
emprego novamente.
“À medida que os números da vacinação vão subindo e grande parte da população
foi vacinada, essa incerteza diminui, a confiança do empresário aumenta, ele
investe mais, ele gera mais renda, o comerciante compra mais para vender mais”,
destaca o especialista.
Rami diz que as expectativas para o segundo semestre são as melhores, não
apenas para a sua empresa, mas também para todos os atores da atividade
produtiva. “A gente tem uma perspectiva de realmente melhorar não só o nosso
negócio como todos ao redor, porque é uma cadeia. Quando você tem consumo, você
também produz para as empresas de consumo. Eu estou com uma perspectiva de
terminar o ano de 2021 com uma condição muito melhor do que nós começamos”, afirma.
Fonte: Brasil 61