Cerca de US$ 70 milhões foram investidos na iniciativa envolvendo a agência da OMS Unitaid - Fotos: PATH
Um
estudo-piloto da primeira vacina contra malária do mundo mostrou que o produto
é “seguro e eficaz”.
A conclusão foi anunciada esta quarta-feira, em Genebra, após a aplicação de 2,3 milhões de doses da chamada RTS, S a 800 mil crianças em Gana, no Quênia e no Malauí.
Alcance
Em nota, a Organização Mundial da
Saúde, OMS, que recomendou o imunizante para uso em larga escala,
disse que a pesquisa levou a uma redução de 30% nas
hospitalizações por malária grave em menores de idade, desde que
a iniciativa iniciou em 2019.
O Programa de Implementação
da Vacina contra a Malária destaca ainda que com a
distribuição do imunizante através de campanhas de rotina,
os estudos pilotos foram capazes de estender o alcance da vacina de
forma rápida e equitativa.
As
principais conclusões da pesquisa destacam uma contribuição
importante da análise adotada pelos órgãos consultivos globais
para imunização para malária reunidos em 6 de
outubro.
Neste momento, a iniciativa testará a implementação em larga escala da vacina RTS, S por meio de programas de imunização de rotina nos três países. O processo deve acontecer até 2023.
Medicamentos
De acordo o
projeto coordenado pela OMS, a próxima fase envolve
a distribuição de dados sobre como otimizar o uso da vacina, o
impacto e a redução na mortalidade infantil. Nesta etapa
também serão avaliados os benefícios da quarta dose da
vacina.
A eficácia da vacina contra a
malária tinha sido comprovada pelo ensaio clínico de Fase
3 na sequência teve um parecer científico favorável da Agência
Europeia de Medicamentos, EMA.
Depois, foi lançado o Programa
de Implementação de Vacina contra a Malária para avaliar a viabilidade
de se administrar as quatro doses da RTS, S no
terreno, além de estudar seu potencial para reduzir mortes
infantis e o uso seguro do produto.
Cerca de
US$ 70 milhões foram investidos na iniciativa envolvendo a agência da
OMS Unitaid, a Aliança de Vacinas Gavi e o Fundo
Global. Entidades como o Fundo da ONU para a Infância,
Unicef, PATH e GSK apoiam a pesquisa.
Casos
fatais
Em relação ao impacto da
vacina no combate à malária, a agência ressalta que em 15
anos houve ganhos significativos seguidos pelo
atual momento de estagnação. A África
Subsaariana tem 90% das infecções e mortes por malária e ilustra
a situação.
Crianças menores de cinco
anos correm o maior risco de morte pela doença, que chega a
causar mais de 260 mil óbitos infantis a cada ano.
Em momento de pandemia marcado
por atrasos, paralisações, desvio de fundos e sistemas de saúde
sobrecarregados devido à Covid-19 “são necessárias novas
ferramentas de combate à malária”.
Para a agência da ONU, a
vacina e a prevenção combinados podem reduzir casos
de doenças e mortes de uma forma
significativa em crianças em toda a África.