Rotta com representantes do Semae - Foto: Assessoria Parlamentar
O projeto de lei 207/2021, que autoriza o
município a fazer aporte, mediante a abertura de crédito adicional suplementar
ao orçamento municipal deste ano para o Semae (Serviço Municipal de Água e
Esgoto de Piracicaba) no valor de até R$ 22 milhões, vem gerando dúvidas e
questionamentos no Legislativo. Nesta segunda-feira (18), o presidente da
Câmara, vereador Gilmar Rotta (Cidadania), recebeu o presidente do Semae,
Maurício Oliveira, e o diretor do Departamento de Finanças, Emerson
Navarro, para apresentar análise da assessoria especial da presidência
sobre a proposta.
O projeto
teve parecer favorável da Comissão de Legislação e Justiça e Redação e está em
análise na Comissão de Finanças e Orçamento, que poderá solicitar mais
explicações para emissão de parecer. Gilmar apontou que as matérias
relacionadas às operações do Semae, como a transferência de recursos merecem
exame mais detalhado de suas causas e consequências.
De acordo com o relatório
apresentado pelo presidente, a importância do tema pode ser demonstrada pelo
fato de que as receitas com tarifas de água e esgoto representaram cerca de 11%
do total arrecadado pela administração pública municipal até o mês de agosto
deste ano. "É importante conhecer as contas movimentadas, as relações
comparativas com a peça orçamentária, bem como compreender as justificativas
apresentadas", afirmou.
Na reunião, o presidente expôs as
rubricas previstas no projeto e que não foram detalhadas. Entre elas estão
manutenção dos departamentos administrativos, de finanças, recursos para PPP
(Parceria Público Privada) com a empresa Mirante, pagamento de despesas com
energia elétrica entre outros. “São dados que causam estranheza devido a outros
fatos que a Câmara já aprovou recentemente, como o remanejamento de recursos
retirados justamente para o pagamento de energia elétrica e destinados à
consultoria”, explica Gilmar.
O presidente refere-se ao projeto 139/2021, transformado na lei 9579/2021 através da qual, entre
outros itens, foram anulados recursos previstos para o pagamento de gastos com
energia para a contratação de uma consultoria no valor de R$ 800 mil. Na
justificativa do projeto, em junho, o prefeito Luciano Almeida (DEM) afirmou
que essa ação dispunha de saldo suficiente e sua anulação parcial não afetaria
a meta estabelecida para ela. “Como, agora, são solicitados recursos para o
Semae arcar com estas despesas?”, questionou.
Segundo o presidente do Semae, a
autarquia trabalhou com um orçamento conservador, esperando que a arrecadação
crescesse, quando, no entanto, a inadimplência atingiu um alto índice, de
9,35%, sendo que nem tudo será recuperável e nem tampouco de forma imediata.
Maurício alertou ainda sobre a autonomia financeira do Semae, diante da atual
conjuntura. Ele lembrou que o reajuste que a Ares PCJ concedeu para água, de
3,17%, abaixo da inflação, limita a operação e também investimentos. Ele
apontou que a inflação, somada à alta dos custos da energia surpreendeu a
autarquia, exigindo o remanejamento.
Gilmar
Rotta apontou que as discussões sobre o projeto que tramita na Casa seguirão
cumprindo todos os ritos e deve priorizar esclarecer as dúvidas das comissões e
dos demais vereadores, antes de ir à votação em plenário.
Deixe seu Comentário
A melhor....ouvindo a hora de amar