Foto: Arquivo Pessoal
Na semana que é formada a nova composição do Conselho Municipal da
Juventude de Piracicaba, escrevo este artigo para o pensamento e análise de
como as políticas públicas voltadas para adolescentes, jovens e também a
proteção de crianças, precisam ser mais discutidas em nosso país.
O último relatório emitido na semana passada pela UNICEF (Fundo
das Nações Unidas para a Infância) e FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança).
Reuniu dados do período entre os anos 2016 e 2020, o estudo identificou 34.918
mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes no país nesse
intervalo de tempo – portanto, uma média de 6.970 mortes por ano ao longo dos
últimos cinco anos.
O Brasil perde 19 crianças ou adolescentes por
dia para a violência. É como se um dos maiores aviões da Boeing cheio de jovens
caísse a cada 21 dias, com a grande maioria dos assentos ocupada por meninos
negros.
Neste relatório também mostra que 123 pessoas dessa faixa etária, de até 19 anos, são estupradas, e as
maiores vítimas são meninas em sua pré-adolescência negras e brancas.
O apontamento das principais conclusões, é que
o perfil dos crimes muda de acordo com a idade. Enquanto as crianças são mortas
em circunstâncias que apontam para violência doméstica, os adolescentes são
afetados principalmente pela violência urbana e armada.
No total de crianças de até 9 anos mortas de forma violenta, 56% eram negras; 33% das vítimas eram meninas; 40% morreram dentro de casa; 46% das mortes ocorreram pelo uso de arma de fogo; e 28% pelo uso de armas brancas ou por “agressão física”.
As recomendações diante deste cenário apresentado no relatório,
são: 1. Não justificar nem banalizar a violência; 2. Capacitar os profissionais
que trabalham com crianças e adolescentes; 3. Trabalhar com as polícias para
prevenir a violência; 4. Garantir a permanência de crianças e adolescentes na
escola; 5. Ampliar o conhecimento de meninas e meninos sobre seus direitos e os
riscos da violência; 6. Responsabilizar os autores das violências; 7. Investir
no monitoramento e na geração de evidências.
Diante dessas informações, não podemos permitir que mortes de crianças sejam algo simples, e que no futuro se tornem números terríveis, ainda maiores.
A proteção dos mais fracos e indefesos necessita ser debatida em todo Brasil, os números que este relatório mostra é a realidade da falta de políticas de cuidados, promoção e assistência às crianças, que são tão necessárias para que tenhamos um país com olhar voltado às crianças, adolescentes e jovens.
Sim, podemos enfrentar de frente
todos estes problemas, já dizia Martin Luther King - “O que me preocupa não é o
grito dos maus. É o silêncio dos bons.”
Meninos e meninas têm o direito de viver e se desenvolver livres da violência; garantir-lhes esse direito é uma obrigação de todos.
Deivid Marcelino, presidente da Juventude do PSDB Piracicaba