Ah, as pesquisas eleitorais! Maravilhas da
modernidade que deslizam das gráficas diretamente para as mãos trêmulas de
pré-candidatos sedentos por uma gota de atenção pública. Eles as agitam feito
maestros de uma orquestra desafinada, prometendo transformar pedregulhos em
pérolas, tudo baseado na mágica dos números que só sobem.
Imagine só: cada gráfico é uma varinha mágica que,
com um simples aceno, promete mundos e fundos. Mas cuidado, que o truque pode
ser velho. Quando os números são mais manipulados que massinha de modelar na
mão de criança, é hora de ligar o seu alerta de "não me engana que eu não
gosto".
Quem, me diga, quem perde com essas estatísticas
mais torcidas que novela das nove? Ganha o mágico, perdão, o político, que
conhece cada truque do livro para fazer o coelho — ou seria o eleitor? — saltar
da cartola no momento certo. Mas, e aí? A plateia, ah, essa sai com o gostinho
amargo de quem comeu cenoura esperando chocolate.
Mas vamos lá, meu nobre eleitor, é hora de colocar
seus óculos de detetive e não se deixar levar por essa festa pirotécnica de
dados duvidosos. Pergunte-se: quem soltou esses fogos de artifício? Que pólvora
usaram? E, quem, oh quem, está pagando pelos foguetes?
Num mundo onde a informação é rápida e o engano é
ágil, seu olhar crítico vale mais que ouro. Os números dançam, mas quem comanda
a coreografia? Não se deixe seduzir pelo espetáculo. Lembre-se, os números,
assim como certos políticos, podem ser incrivelmente acrobáticos.
Então, que tal uma dose de ceticismo saudável? A
democracia não quer aplausos por ilusões, quer voto consciente. Arme-se de
perguntas, mantenha o humor e desafie os malabarismos estatísticos. Afinal, em
tempos de eleição, melhor rir para não chorar.
Lírico Monteiro