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O julgamento do policial militar Leandro Henrique Pereira, acusado de matar duas pessoas e ferir outras três em um show sertanejo em Piracicaba (SP) em novembro de 2022, foi adiado pela terceira vez. A interrupção do júri, que aconteceria nesta terça-feira (06/06), ocorreu devido a um desentendimento entre a Promotoria e a defesa do acusado.



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O caso aconteceu durante um evento no Parque Unileste, onde Leonardo Victor Cardoso, de 25 anos, e Heloíse Magalhães Capatto, de 23 anos, foram mortos pelos disparos do PM.  Outras três pessoas, com idades entre 20 e 27 anos, também ficaram feridas.


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O PM é acusado por dois homicídios qualificados e por três tentativas de homicídio. A sessão do júri iniciou às 9h e deveria ouvir as três vítimas sobreviventes, além de testemunhas de acusação e defesa.



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A confusão que levou ao adiamento ocorreu durante o depoimento de um assistente técnico da defesa, quando o promotor teria apresentado informações que não estavam nos autos do processo. A defesa do PM, representada pelo advogado Mauro da Costa Ribas Junior, solicitou que a informação fosse registrada em ata, mas o juiz se recusou. O promotor teria então ofendido um dos advogados de defesa, o que levou a equipe a abandonar o plenário, alegando que o juiz estava tendencioso.

Ribas Junior afirmou que solicitará a designação de um novo juiz para presidir o júri. O g1 entrou em contato com o promotor Aluisio Antonio Maciel Neto e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para obter informações sobre a versão do Ministério Público, mas ainda aguarda um retorno.

Adiamentos anteriores

O júri já havia sido adiado duas vezes anteriormente:

Fevereiro de 2024: A primeira data foi adiada após a defesa anexar, no último dia do prazo, um parecer de peritos particulares contratados. O Ministério Público solicitou então que os peritos do caso analisassem os novos documentos, o que exigiu a remarcação do júri.

Abril de 2024: O júri foi novamente adiado por conta da apresentação de um novo laudo pericial solicitado pela Promotoria, que rebateu os pontos levantados pelo parecer contratado pela defesa.

Tese da Defesa

A defesa do policial militar argumenta que ele não foi o autor de todos os disparos, e que apenas atirou contra Leonardo Cardoso, que teria tentado tomar sua arma.  Ribas Junior afirma que haveria um segundo atirador no local, que foi "acobertado" pela Polícia Civil. A equipe de defesa também alega que o promotor impediu a oitiva da perita responsável pelo laudo oficial, apesar do pedido da defesa, o que prejudicaria a apresentação da sua estratégia.



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Outros policiais envolvidos

Além do policial acusado pelos disparos, o Ministério Público também denunciou por prevaricação um amigo do PM e sua esposa, ambos policiais que estavam no local, por não realizarem suas funções e não o prenderem. O amigo do PM foi denunciado também por auxiliá-lo na fuga do evento, mas fez um acordo judicial e teve seu caso arquivado. A esposa do PM foi absolvida em agosto de 2023, mas o Ministério Público recorreu da decisão e o caso ainda tramita na Justiça.

O caso do PM acusado de matar duas pessoas e ferir outras três no show em Piracicaba segue sendo investigado e aguarda uma nova data para o julgamento.



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Texto: Danilo Telles/ MTV

Publicação: Enzo Oliveira/ MTV

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