Foto: Reprodução
O.A.S.T.M., mais conhecido
pelo apelido de “Terrorista”, é apontado pelo Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Federal (PF) como peça-chave
na estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC), fornecendo armas e treinamento
para uma das facções criminosas mais temidas do Brasil.
Registrado como Colecionador,
Atirador Desportivo e Caçador (CAC), O. tinha acesso legal a armas de fogo,
munições, acessórios e passou a abastecer ilegalmente a facção.
Documentos obtidos revelam que
O. não apenas fornecia armas, mas também atuava como um “professor”, treinando
integrantes do PCC para cometer ataques violentos e homicídios.
Segundo as investigações, ele
mantinha contato direto com líderes da facção, como F.P.L, e realizava entregas
de armamento em locais estratégicos, incluindo a “Churrascaria do Negão”, um
ponto de apoio do grupo.
Treinamento
A variedade e a sofisticação
das armas encontradas com o investigado, incluindo pistolas Glock com seletores
de rajada e rifles de alto calibre, demonstram sua habilidade em suprir as
necessidades do PCC, que utilizava esses armamentos em atividades criminosas
que vão desde assaltos a ataques a rivais.
Ainda de acordo com as
apurações, O. não se limitava a fornecer armamentos, ele também treinava
integrantes do PCC no uso e manejo dos equipamentos. Um vídeo em que ele
aparece disparando um Rifle Colt M45, encontrado em sua casa, reforça a sua
função não apenas como fornecedor, mas também como instrutor no manuseio de
armamentos avançados.
Arsenal bélico
Provas também apontam para
lavagem de dinheiro. Uma empresa servia como fachada para movimentar o dinheiro
obtido com a venda ilegal de armas. As autoridades indicam que loja de veículos
usados permitia justificar a entrada de grandes quantias de dinheiro,
dificultando o rastreamento dos valores.
A apreensão realizada pela
polícia também revelou um arsenal bélico clandestino em posse do CAC. Entre os
itens encontrados, estavam armas de fogo de vários calibres, algumas não
registradas ou com modificações ilegais, milhares de munições; acessórios para
armas, como carregadores e miras; pólvora e artefatos explosivos de fabricação
caseira; balaclavas, drones e bloqueadores de sinal GPS.
Operação Baal
Na terça-feira (10/9), a
operação foi desencadeada com o objetivo de desmantelar a estrutura criminosa
que O. ajudava a abastecer. A Operação Baal visava, especificamente, o Primeiro
Comando da Capital (PCC) e suas atividades, incluindo os violentos roubos
conhecidos como “domínio de cidade” e “novo cangaço”.
A segunda fase da Operação
Baal envolveu a realização de buscas e prisões relacionadas a integrantes da
organização criminosa. As investigações, iniciadas em resposta a uma tentativa
de roubo a uma base de valores em abril de 2023, culminaram na prisão de vários
criminosos, incluindo um foragido desde 2005.
Na ação, foram apreendidos
armamentos, munições e acessórios. Além disso, dois mandados de busca e
apreensão domiciliar foram cumpridos em São Paulo e Buri, resultando na
detenção de três pessoas.
Texto: Metrópoles