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A vereadora Elizabeth Maciel, conhecida como Betinha (Republicanos-AM), da Câmara Municipal de Borba, no Amazonas, causou forte indignação na última sessão ao declarar-se "a favor da violência contra a mulher". A fala, considerada misógina e de apoio à agressão de gênero, gerou imediata repercussão negativa dentro e fora da Casa Legislativa.
Durante seu discurso, a vereadora chegou a afirmar que "tem mulher que merece apanhar" e levantou a suspeita de que algumas mulheres se autoagrediriam para, posteriormente, acusar homens falsamente de violência. Betinha citou nominalmente a colega vereadora Professora Jéssica (Democracia Cristã) e criticou mulheres que, em sua visão, tentariam se beneficiar da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), legislação federal criada para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
A polêmica declaração foi proferida no contexto da defesa de outro vereador, Pedro Paz (União Brasil), que havia sido denunciado por Jéssica. A denúncia se deu após Paz, segundo relatos, ter levantado o dedo em direção à vereadora Jéssica durante uma sessão anterior, em um ato que ela interpretou como ameaça ou intimidação.
Diante da onda de críticas e da gravidade de suas palavras, a vereadora Elizabeth Maciel divulgou uma nota pública horas depois, na qual pede desculpas pela declaração. No entanto, o caso continua a gerar debate sobre a postura de agentes políticos em relação à violência de gênero e ao amparo legal dado às vítimas.
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) ainda não se manifestaram oficialmente sobre a possibilidade de abertura de inquérito ou de representação ética contra a vereadora Betinha.
Texto e Publicação Danilo Telles/Jornalista | Grupo Metropolitano