Foto: PCJ
Estratégias e medidas foram
discutidas em reunião do GAEMA PCJ, em Piracicaba, com várias instituições
Os Comitês PCJ e a Agência das
Bacias PCJ serão responsáveis por parte das ações para atendimento e
minimização dos impactos decorrentes em relação à mortandade de peixes ocorrida
neste mês no Rio Piracicaba e na Área de Proteção Ambiental do Tanquã. As
estratégias e medidas corretivas e preventivas sobre o assunto foram discutidas
por diversas instituições em reunião na manhã desta sexta-feira, 19 de julho,
na sede do Gaema PCJ (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), em
Piracicaba (SP). Na reunião foram tratadas diversas ações, tanto
administrativas, quanto cíveis, criminais, sociais e técnicas. Na área da
gestão dos recursos hídricos, uma das providências, é a ampliação do sistema de
monitoramento da qualidade da água, que será financiada pelos Comitês e
Agência.
Atualmente, quatro estações automáticas
já foram instaladas nas Bacias PCJ: no Rio Jundiaí, em Itupeva; no Rio
Piracicaba, no Distrito de Artemis, em Piracicaba; no Rio Jaguari, em Bragança
Paulista; e no Rio Atibaia, em Atibaia; as duas últimas financiadas pelos
Comitês PCJ. Há discussões para ampliação da rede com mais recursos da cobrança
pelo uso da água. Há perspectivas de novas estações no trecho final dos Rios
Jaguari e Atibaia e no Rio Piracicaba, especialmente no trecho entre a barragem
de Americana e a área urbana de Piracicaba.
Essa medida já vem sendo
discutida na Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CT-MH) dos Comitês
PCJ, que é responsável pela elaboração do Programa de Integração do
Monitoramento para a gestão dos recursos hídricos nas Bacias PCJ (PIM-PCJ) e
também está conduzindo o Procedimento Operacional Padrão (POP) do Sistema de
Alerta no Rio Piracicaba, além do Plano de Ação da Bacia do Rio Piracicaba,
assim como compatibilização em relação à questão do controle de qualidade e de
quantidade.
O diretor-presidente da
Agência PCJ, Sergio Razera, explicou como será a atuação dos Comitês e da
Agência. “É importante destacar que este
Plano de Integração do Monitoramento e o Procedimento Operacional visa diminuir
o tempo para identificar de onde está vindo o problema e poder estancar esse
problema. Ao mesmo tempo em que busca uma rápida conexão entre os órgãos e
pessoas e instituições que precisam ser envolvidas nesse processo: a Cetesb, as
captações de água dos municípios, captações de água das empresas, enfim, todos
aqueles que precisam ser avisados para que tomem suas providências”, afirmou.
A promotora do Gaema, Alexandra
Facciolli Martins, ressaltou a importância do encontro realizado nesta
sexta-feira. “A partir dessa reunião, nós definimos algumas medidas
complementares, adicionais para atendimento e para minimização dos impactos
decorrentes desse desastre ambiental, desde a questão em relação à remoção dos
peixes mortos ali no Tanquã, pensando nos riscos que ainda podem advir para os
municípios a jusante, como é o caso de Santa Maria da Serra. Há a necessidade
de estabelecimento de um canal permanente de comunicação entre os diversos
atores, e o os Comitês PCJ tem um papel fundamental nesse sentido, de reunir
essas demandas, de possibilitar a construção de um pacto de implementação de
uma série de instrumentos que nós já estamos discutindo internamente”,
comentou.
Alexandra também destacou que
foram discutidos alguns instrumentos de médio a longo prazo com o DAEE
(Departamento de Águas e Energia Elétrica), CETESB (Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo) e outras entidades participantes, “no sentido de nós
aprimorarmos esses instrumentos para dar as respostas que a sociedade espera e
tem exigido que esses responsáveis garantam, sobretudo em situações como essa,
e no sentido de prevenir novas ocorrências, novas degradações”.
Para o promotor do Gaema, Ivan
Carneiro Castanheiro, o papel dos Comitês e da Agência PCJ é fundamental. “Foi
uma reunião bastante produtiva e mais uma vez integrativa entre as diversas
entidades, ainda mais num momento crítico como foi esse. O papel dos Comitês e
da Agência PCJ está sendo e continuará
sendo fundamental na articulação da gestão desses recursos hídricos,
especialmente considerando a questão importante do monitoramento, dos sistemas
de alerta, enfim, da gestão como todo para disponibilização de recursos
hídricos em qualidade e, na medida do possível, reduzir esses riscos tão
enormes, tendo, especialmente por uma das discussões bastante úteis aqui: a
questão da ampliação da rede de monitoramento automático para que possam haver
atuações preventivas ao se deslumbrar um evento crítico como esse que acaba
sendo inevitável, mas que pode ter ações minimizatórias das consequências”,
reforçou.
Além dos Comitês PCJ, Agência
PCJ, Gaema, Cetesb e DAEE, participaram da reunião o Consórcio PCJ; Fundação
Florestal; Associações de Pescadores do Tanquã; Coletivos das Associações do
Beira Rio; Prefeituras e Comdemas de Piracicaba e São Pedro; Imaflora; Polícia
Ambiental e Polícia Civil. Os Comitês PCJ foram representados por Alexandre
Vilella, coordenador da CT-MH.
OPERAÇÃO PINDI-PIRÁ
Representada por sua diretora
técnica, Patrícia Barufaldi, a Agência
das Bacias PCJ também esteve presente na coletiva de imprensa que tratou sobre
a operação Pindi-Pirá, promovida nesta sexta-feira (19/07/2024) pela Prefeitura
de Piracicaba, no anfiteatro da Secretaria Municipal da Educação, com o
objetivo de divulgar as ações e medidas para a recuperação do Rio Piracicaba, e
o laudo final elaborado pela Cetesb sobre o desastre ambiental.
O prefeito de Piracicaba e
presidente dos Comitês PCJ, Luciano Almeida, reforçou a importância da atuação
dos colegiados nesta situação. “A gente olha a Bacia como um todo, e numa hora
dessa é importante que o Comitê coordene e organize esse trabalho, porque ele
extrapola a responsabilidade individual de um município. Então, eu espero que
nós consigamos o mais rápido possível, sim, o envolvimento estadual, federal,
para repovoar esse rio, fazer a limpeza desse rio e que a gente consiga
implantar um sistema de monitoramento mais eficiente e com maior volume para a
gente ser sempre célere e rápido como fomos nesse caso para fazer a limpeza e
fazer a identificação dos responsáveis por essa tragédia”, concluiu.
Texto: PCJ
Publicação: Enzo Oliveira/ MTV