Piracicaba registrou apenas
516,9 milímetros de chuva de janeiro a agosto de 2024, o que significa apenas
44% do volume registrado no mesmo período de 2023, quando choveu no município
1.177,2 mm. Os dados foram coletados no pluviômetro manual instalado na base da
Defesa Civil de Piracicaba, que fica no bairro Paulista.
A medição pelo pluviômetro
municipal começou a ser feita em abril de 2017. Em 2018 foi o primeiro ano com
medição completa. Os dados mostram que em seis anos – de 2018 a 2024 – este é o
ano mais seco no período de janeiro a agosto, com o registro de 516,9 mm.
Isso impacta a vazão e a
qualidade das águas dos rios Corumbataí e Piracicaba, que são as fontes de
captação para o município, além do sistema de saúde no município e o meio
ambiente.
ABASTECIMENTO -
A água para consumo em Piracicaba é captada nos rios Piracicaba e Corumbataí,
sendo esse último, responsável por mais de 80% do abastecimento da cidade. Com
a estiagem, hoje, 27/09, a vazão do Corumbataí está abaixo da média, em 1,63
m³/s e a captação de água para tratamento está em 1.453 litros por segundo.
Normalmente, neste período, a vazão seria de 3,67 m³/s e a captação de 1500
l/s.
O rio Piracicaba também apresenta vazão baixa de 16,73 m³/s, neste período, a
vazão seria de 21,67 m³/s. O Semae capta deste manancial entre 500 e 600 litros
por segundo (em situação normal), hoje, com a baixa vazão, são captados 300
litros por segundo.
“Com a baixa vazão há uma
maior concentração de poluentes, principalmente no rio Piracicaba, agravada
pelo fato de alguns municípios a montante despejarem seu esgoto in natura no
rio. A maior concentração de poluentes interfere diretamente na produção de
água, já que demanda o uso de mais produtos químicos e de mais tempo para
garantir a boa qualidade dessa água. As altas temperaturas fazem com que as
pessoas consumam 20% a mais água. Esse conjunto de fatores ocasiona uma
recuperação mais lenta dos níveis dos reservatórios e em pontos das redes de
distribuição e abastecimento em algumas regiões da cidade, que podem enfrentar
instabilidades no fornecimento de água”, observa Raul Morais.
O presidente do Semae pede a
colaboração da população para o uso racional e na economia da água. Informa que
a autarquia vem trabalhando de forma ininterrupta para diminuir os problemas
com a falta d’água. Morais também ressalta que estão sendo investidos R$ 150
milhões no sistema de captação, tratamento, reservação e distribuição de água e
controle de perdas.
Já estão em andamento os
contratos de manutenção nas redes de distribuição de água para reparos de
vazamentos existentes e substituições de ligações - cerca de 1.400 serviços já
realizados -, e de serviços de geofonamento (pesquisa de vazamentos não visíveis),
incluindo seus respectivos reparos.
Também foi iniciada a obra de
ampliação da Estação de Tratamento de Água do Capim Fino, que vai elevar a
capacidade nominal de 1.500 litros por segundo para 2.000 litros por segundo,
ampliações das casas de bombas das unidades Marechal, Unileste e Paulicéia,
construção de reservatório na avenida Laranjal Paulista, com capacidade de 1
milhão de litros, construção das adutoras, trechos Marechal - Pauliceia e Monte
Feliz. Foi implantado o novo CCO (Centro de Controle Operacional),
Outra ação do Semae foi a
compra de energia no mercado livre, iniciada em janeiro de 2024 e que vai
gerar, em cinco anos, uma economia de cerca de R$ 80 milhões.
MEIO AMBIENTE -
A falta de chuvas também causou danos à fauna e à flora por conta das queimadas
que atingiram o município nos meses de agosto e setembro. Foram degradados
cerca de 2.170 hectares (ha), segundo informações da Polícia Militar Ambiental.
Na região da Estação Ecológica de Ibicatu, 1.000 ha foram atingidos, na região
da Fazenda Limoeiro foram 865 ha, em Santa Olímpia, 300 ha e na região do Horto
de Tupi mais 6 ha.
A ação coordenada e rápida
entre a Prefeitura, por meio da Defesa Civil e demais secretarias, Corpo de
Bombeiros, Polícia Ambiental e empresas, no combate aos incêndios, evitou que
os danos fossem maiores.
SAÚDE – Outra
área muito afetada é a da saúde. Com o clima seco e a qualidade do ar
piorada pelas queimadas, a procura por atendimento para doenças
respiratórias, como a faringite, sinusite, bronquite, rinite, asma,
gripe/Influenza e Covid-19, é considerada alta, principalmente
nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que atenderam, em média, entre
1.200 a 1.500 casos por semana destas doenças ao longo dos últimos 45 dias,
sobrecarregando o sistema.
Para amenizar a situação e
atender a população de forma adequada nos casos dessas doenças, consideradas de
baixo risco, a Secretaria Municipal de Saúde criou o projeto UPA Livre para
atendimento de síndromes gripais e respiratórias e dengue, em estrutura montada
no Tiro de Guerra e que atendeu quase 4.000 pessoas em dois meses.
Além disso, desde agosto, a
SMS ampliou a oferta de médicos e, assim, oferece à população mais de 8.200
consultas/mês em clínica médica, por demanda espontânea para casos sem
gravidade – como síndromes gripais e respiratórias –, em todas as 74 unidades de
saúde da Atenção Básica de Piracicaba – Unidades Básicas (UBS) e de Saúde da
Família (USF) –, tanto em horário de rotina, das 7h às 16h, como também nas
cinco unidades em horário estendido, das 18h às 20h.
DICAS -
O Semae pede a compreensão dos moradores neste período e recomenda a economia
de água. Mudanças simples de hábito podem ser eficazes para economizar água,
tais como:
* Verificar a parte hidráulica dos imóveis, a fim de evitar vazamentos;
* Utilizar a água da máquina de lavar para limpeza de quintais;
* Fechar a torneira ao escovar os dentes e se ensaboar no banho;
* Lavar roupas com carga máxima da máquina de lavar;
* Evitar lavar calçadas, quintais e veículos.
* Para evitar o desabastecimento, é importante a reservação de água nas
residências (caixa d'agua).
Texto: CCS | Prefeitura de
Piracicaba
Publicação: Enzo Oliveira |
MTV